La La Land – Cantando Estações

Avaliação: ✰✰✰✰

La La Land - EUA, 2016

Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, John Legend, Finn Wittrock, Rosemarie DeWitt e J.K. Simmons. 

Sinopse: Mia é uma atendente de lanchonete nos estúdios de Hollywood e sonha em ser atriz. Após vários testes fracassados ela acaba conhecendo Sebastian, um pianista apaixonado por Jazz e juntos tentam alcançar seus sonhos.








Seguindo a mesma dinâmica do esforço para ser um artista de sucesso e o amor incondicional à música exibidos em seu Whiplash – Em Busca Da Perfeição, o diretor e roteirista Damien Chazelle aborda esta mesma relação com outro enfoque: desta vez embalada em um musical recheado de referências aos clássicos do cinema.

Referenciar e até reverenciar filmes do passado é sempre um desafio: como fazer isso sem que fique muito na cara do espectador apenas para mostrar que está se querendo fazer uma referência? A sutileza é o melhor caminho e aqui Chazelle faz isso com muita naturalidade, desde o uso das cores fortes que se harmonizam nos cenários até as pequenas sombras escuras ao redor da tela, planos gerais para mostrar os passos de dança dos atores etc. Apesar da trama se passar nos dias de hoje (percebam que os personagens usam celulares, computadores, modelos de carros recentes...), os cenários e até roupas ainda lembram a estética da era de ouro dos musicais dos anos 40 e 50.  

Além das referências visuais há, claro, referências mais específicas e sutis: quando vemos Sebastian (Gosling) dando uma volta em um poste lembramos rapidamente de Gene Kelly em Cantando Na Chuva ou quando vemos Mia (Stone) flutuando lembramos de Todos Dizem Eu Te Amo do Woody Allen. 

Contando a história de Mia, uma atendente de uma lanchonete dentro de um estúdio de cinema que não consegue alavancar sua carreira de atriz, ela acaba conhecendo Sebastian, um pianista apaixonado por Jazz e que tem um sonho de abrir um clube. O roteiro é simples e os dilemas dos protagonistas são colocados à medida que estes não conseguem encontrar mais razões no que é nostálgico, no passado, até porque o filme é uma ode a tudo isso.  

Outro ponto que ficou simples também foram as danças: nem todas elas são complexas (com exceção da abertura com vários dançarinos no trânsito), ver Gosling e Stone dançando não impressiona tanto, mas eles compensam isso cantando, interpretando – aqui Stone se sai muito bem -  ou tocando piano (como no caso de Gosling em que vemos sua habilidade quando a câmera foca em sua performance). Nesse ponto, há exageros quando simplesmente a iluminação se foca apenas no personagem, pois este recurso é repetido várias vezes.

As músicas infelizmente não são as mais vibrantes ou necessariamente memoráveis, embora competentes. Tirando um trecho ali e outra parte aqui, “City Of The Stars” é a canção que mais fica na cabeça, pois é tocada no filme todo. Mas particularmente gostei mesmo da música “Start A Fire!” cantada por John Legend.

Por mais que La La Land seja um filme maravilhoso, ele não chega a ser essa perfeição toda que vem sendo divulgada. Têm todos os elementos nostálgicos bem encaixados, uma trama simples, só que infelizmente não consegue atingir o êxtase em seus pontos mais importantes.

Domingo, 22 de janeiro de 2017


Por Aquiman Costa

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