Com o anúncio da série de
10 episódios intitulada Cobra Kai, que vai dar prosseguimento aos filmes da
trilogia Karatê Kid e será transmitida no YouTube Red, o Conectado no Cinema
preparou este especial de estreia do quadro Relembrando sobre tudo que você precisa
saber sobre uma das franquias mais icônicas dos anos 80:
O ano era 1984 e um filme aparentemente despretensioso sobre a amizade entre um jovem e um velho sábio do karatê (roteirizado por Robert Mark Kamen) chamou atenção em meio a outros grandes filmes como Amadeus, Os Gritos Do Silêncio, O Exterminador Do Futuro, Footloose – Ritmo Quente, Caça Fantasmas, Gremlins, Indiana Jones E O Templo Da Perdição, A Hora Do Pesadelo, História Sem Fim e tantos outros. Dirigido por John G. Avildsen - responsável por comandar o icônico Rocky: Um Lutador - que acabou falecendo em junho deste ano, mas deixou em seu legado a história de aprendizado de um garoto pobre que se muda de sua cidade com sua mãe e passa a ter a amizade de um velho solitário mestre da arte marcial japonesa responsável por realizar consertos em condomínios.
Karatê Kid – A Hora da Verdade (ou The Karate Kid, no original) então se tornou um sucesso de público e crítica em que os personagens de Pat Morita e Ralph Macchio - ou, respectivamente, Sr. Miyagi e Daniel Larusso (ou Daniel San) - se tornaram emblemáticos. A história já começa com Daniel e sua mãe Lucille Larusso (Randee Heller) se mudando de sua casa em Newark para a Califórnia devido questões de trabalho da sua mãe, onde passam a morar em um modesto condomínio. Rejeitando a ideia de se mudar, Daniel tem dificuldades de se enturmar e quando se interessa por Ali (Elizabeth Shue) passa a ter inimizades com o ex-namorado dela Johnny Lawrence (William Zabka) e seus amigos, todos alunos do professor de karatê e veterano de guerra John Kreese (Martin Kove), também dono do famoso dojo Cobra Kai. Ajudado por Myiagi, Daniel aprende lições nada convencionais para conseguir participar de um campeonato de karatê sob o acordo de que Larusso não seria atormentado pelos alunos de Kreese.
Demonstrando fragilidade e uma ingenuidade típica da adolescência, sem deixar de se impor ao bullying que sofre pelos valentões, o Daniel de Macchio é a figura ideal do garoto que precisa enfrentar seus problemas e aprender a disciplina que o karatê ensina.
Já a caracterização de
Morita para Miyagi o rendeu uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante em 1985,
sua composição englobava um ar de serenidade junto ao seu sotaque japonês, com humor
na dose certa quando aplica seus irreverentes ensinamentos de luta, frases que
são lições de vida e certo drama com seu passado.
Pat Morita e Fumio Demura caracterizados como Sr. Miyagi. Foto: Daily Beast/Cortesy of Fantasia | http://www.thedailybeast.com/the-real-mr-miyagi |
Tudo isso estudado por
Morita a partir dos traços de personalidade do sensei Fumio Demura, que a princípio teria sido chamado para
interpretar Miyagi, mas acabou se tornando o dublê de Morita em todos os filmes
da franquia. A identificação mútua gerou uma forte amizade que compõe boa parte
do documentário intitulado O Verdadeiro
Miyagi (ou The Real Miyagi,
disponível atualmente no Netflix).
Entre tantas virtudes, o
filme ainda possui em sua trilha sonora assinada pelo grande compositor
chamado Bill Conti (responsável também pelas trilhas da franquia Rocky), além de
outras músicas marcantes como “The Moment Of Truth” do Survivor, “Young Hearts” do Commuter
e “You’re The Best” de Joe Esposito.
Mas o verdadeiro atrativo do filme como um todo não está em suas sequências de luta: a história se concentra no aprendizado e nos dramas de seus personagens principais, em especial a dupla de protagonistas, em que vemos ali não somente lições para artes marciais, mas um verdadeiro aprendizado para a vida. Ainda que as técnicas sejam exóticas, elas funcionam maravilhosamente bem para ilustrar que a arte marcial está em tudo que fazemos.
A famosa cena da luta final é um clássico indiscutível, onde Daniel executa com perfeição a técnica do grou do qual avistou Sr. Miyagi praticando à beira da praia.
Lições como “pintar a cerca”, “lixar o assoalho para a direita com a mão direita e para a esquerda com a mão esquerda” dividem espaço com frases como “andar na estrada no lado direito, seguro; andar no lado esquerdo, seguro; andar no meio, te pegam que nem uva; ou seu karatê sim ou seu karatê não, se karatê for mais ou menos te pegam que nem uva.”, “professor manda, aluno faz; mau professor, mau aluno.”, sem esquecer a frase clássica proferida por Jhon Kresse “sem compaixão”.
Aqui no Brasil os filmes
viraram clássicos da Sessão da Tarde apresentando uma dublagem que é
indiscutivelmente a melhor de todos os tempos feita pela Herbert Richards,
chegando a ter redublagens de alguns personagens pela Delart com Selton Mello
dublando Daniel San, até a incômoda versão atual feita pela Dublavideo que
atualmente passa nos canais de TV a cabo.
Mas calma aí, este
especial não termina por aqui, ainda teremos mais Karatê Kid, é só continuar
Conectado para mais novidades!
Por Aquiman Costa
Terça-feira, 19 de
setembro de 2017
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