Blade Runner: O Caçador de Androides – The Final Cut

Avaliação: ✰✰✰✰✰

Blade Runner – The Final Cut - EUA, 1982/2007

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Hampton Fancher e David Peoples

Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Brion James, Edward James Olmos e Daryl Hannah.

Sinopse: No ano de 2019 o ex-policial Deckard é convocado para ir atrás de replicantes foragidos que buscam aumentar seu tempo de vida útil. 










Na futurística cidade de Los Angeles em 2019 o mundo está cercado pela tecnologia, marcado também por um clima sombrio e ao mesmo tempo enevoado cercado por luzes de neon e propagandas de várias marcas que destacam o quão consumista a sociedade se tornou, sem esquecer os efeitos da globalização que deixaram o ambiente mais multifacetado: basta ver como a cultura oriental se faz presente, desde os outdoors iluminados até as barracas de comida.

É nesse contexto que Blade Runner se passa: um mundo tecnológico, sombrio, consumista, mas ao mesmo tempo global e diversificado. Tais características conhecidas também como cyberpunk influenciaram obras da ficção científica como Fantasma do Futuro (ou Ghost In The Shell de 1995) e Matrix (1999) e as discussões existenciais causadas por esse mundo deprimido recheiam essas obras de significado e importância para a realidade que cada vez mais se faz presente.

Centrado no personagem Deckard (Harrison Ford), um ex-policial conhecido como Blade Runner que é convocado a procurar por replicantes foragidos cujas funções eram ser escravos em outros planetas. Então é aí que conhecemos os replicantes: Leon (Brion James), Roy (Rutger Hauer), Zhora (Joanna Cassidy) e Pris (Daryl Hannah), todos em busca de identidade e prolongar suas vidas. A replicante Rachel (Sean Young) é a primeira a ser interrogada por Deckard na casa de seu criador, Dr. Tyrell (Joe Turkel), dono da Tyrell Corporation, e percebemos como ela se sente desconfortável ao ser interrogada ao pegar um cigarro para mostrar naturalidade ao seu gesto. Já dentre os replicantes Roy é o que mais exala suas angústias e sua busca por longevidade, sua força, além de física, está em suas declarações sobre a vida e suas experiências, além da cena que se encontra no terceiro ato em que segura uma pomba, revelando sua busca pela liberdade, algo que foi criado para não ter, assim como seus companheiros.

Já Deckard parece ser o mais ambíguo dos personagens, tendo um passado pouco conhecido, usando quase sempre um casaco e tendo sua casa banhada por sombras, aos poucos somos levados a ver o que se passa na vida dele, sua vida solitária e seus sonhos com um unicórnio que levam o espectador a profundos questionamentos sobre quem ele realmente é.

E já que foi mencionado o tom sombrio do filme, sua estética é baseada nos filmes noir em que as sombras desempenham características de ambiguidade aos personagens, basta constatar em certo momento quando Deckard tem metade do rosto coberto por uma sombra em seu apartamento. Contudo, há espaço para a cor, quando, por exemplo, somos apresentados à mansão de Tyrell e vemos toda a estrutura com colunas banhadas em dourado que se assemelha a um templo egípcio informando que o mesmo é visto como praticamente um deus.

Ainda contando com a trilha evocativa de Vangelis, que traz em seus arranjos características das trilhas futuristas, além do clássico tema romântico entre Rachel e Deckard, Blade Runner, mesmo com tantas versões lançadas, ainda consegue impressionar com suas profecias, nos fazer refletir sobre nossa existência, o que estamos fazendo com ela e até onde a tecnologia nos levará.


Por Aquiman Costa

Segunda-feira, 14 de agosto de 2017

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