Liga Da Justiça

Avaliação: ✰✰✰

Justice League – EUA, 2017

Direção: Zack Snyder

Roteiro: Chris Terrio e Joss Whedon

Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Gal Gadot, Ezra Miller, Jason Momoa, Ray Fisher, Jeremy Irons, Diane Lane, Connie Nielsen e J.K. Simmons.

Sinopse: Batman e Mulher Maravilha reúnem um grupo de heróis para deter a ameaça do Lobo da Estepe, um ser que precisa reunir três caixas mágicas superpoderosas.  



A DC está cada vez mais querendo seguir os passos da Marvel, com leves diferenças, claro. É só notar filmes como Esquadrão Suicida (alguém ainda lembra daquilo?) e Mulher Maravilha e sua construção visual com uma certa leveza no tratamento dos heróis, já que a empresa tinha apostado no tom sombrio vindo da trilogia do Batman de Christopher Nolan, o que rendeu O Homem De Aço e Batman Vs Superman – A Origem da Justiça tons escuros e bagunçados, algo que não combina, pelo menos, com a mitologia do Superman.

Depois do sucesso de Mulher Maravilha e o acerto no tom e paletas mais coloridas – se afastando um pouco do tom sombrio imaginado por Zack Snyder – Liga da Justiça traz de volta Batman e a Amazona em busca de novos heróis para formar uma equipe e impedir que uma ameaça do espaço destrua a Terra. Sim, já vimos isso inúmeras vezes e com certeza veremos muitas vezes mais,  aqui o objetivo do Lobo da Estepe (Ciarán Hinds) é o trivial: juntar três caixas com poderes para conseguir o equilíbrio entre elas e se tornar forte, já que há milhões de anos sua tentativa fracassou.

Fora isso, a apresentação do vilão é abrupta e sua digitalização é comprometedora (mais estranho ainda são seus capangas: um bando de zumbis robôs insetos). Porém temos acertos e que estão mais no elenco do que no desenvolvimento do filme: Bruce Wayne (Ben Affleck), diferentemente de Batman Vs Superman, surge fazendo piadas e trocadilhos com sua fortuna; Aquaman (Jason Momoa) aparece como um Bad Boy; Flash (Erza Miller) é o alívio cômico – sim, porque tirando uma cena dramática, o restante do filme eles faz piadas o tempo todo, soando quase que obrigatório ele soltar alguma piadinha a cada aparição na tela, o que nem sempre funciona e por pouco fica insuportável; Cyborg (Ray Fisher) apresenta um curioso desenvolvimento de seu personagem que ainda não sabe lidar com as funcionalidades de seu corpo robótico; Mulher Maravilha (Gal Gadot) continua inspirando e sua personagem se destaca por ser uma grande heroína representativa, em especial numa sequência em um Banco que é sensacional, embora Gadot ainda não seja tão expressiva enquanto atriz; por último temos o Superman (Henry Cavill) - e pausa, aqui não há spoiler porque até mesmo no material de marketing já anunciavam que ele voltaria e vida, inclusive após ao lançamento do filme nos cinemas divulgaram um cartaz com o rosto do herói – que finalmente sugere aquela sensação de esperança herói evoca. E como já tinha citado que os efeitos visuais do filme estão comprometedores, devo dizer que a tentativa de apagar o bigode de Cavill ficou estranhíssima, basta notar os movimentos irregulares dos lábios.

Essa descontinuidade no trabalho de digitalização se deve pelo fato de que Zack Snyder, por motivos pessoais, teve que se desligar da produção e com a entrada de Joss Whedon (Vingadores e Vingadores – A Era De Ultron) acabou tendo que refazer várias cenas e aplicar cortes, enxugando a narrativa. E o que vemos em boa parte do longa tem a marca de Snyder (a abertura do filme com a ótima música “Everybody Knows” de Sigrid com Danny Elfman é maravilhosa), mas há momentos mais coloridos e fluidos característicos de Whedon. E já que citei Danny Elfman, o compositor aproveita para reinserir seu tema clássico de Batman, além de aproveitar os temas de Superman – O Filme de John Williams e de Mulher Maravilha de Hans Zimmer/JunkieXl conseguindo aproveitar o encontro dos heróis e referenciá-los.     

Depois de três filmes problemáticos e com o sucesso do filme solo de Mulher Maravilha, a DC tem conseguido caminhar de forma a não levar tão a sério certos heróis que necessitam de um tratamento mais leve, algo que a Marvel soube trabalhar melhor. Ainda que este Liga Da Justiça não seja um filme tão grandioso, pelo menos acerta em trazer heróis conhecidos do imaginário popular interagindo e discutindo, o que abre caminho para os filmes solos de seus personagens.

Agora é esperar para ver.

- Nota: há uma cena durante os créditos e outra pós-créditos.

Por Aquiman Costa

Sexta-Feira, 15 de dezembro de 2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário