Avaliação: ✰✰✰
Amazing Spider-Man 2 - EUA, 2014
Direção: Marc Webb
Roteiro:
Alex Kurtzman, Roberto Orci e Jeff Pinkner
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Dane DeHan, Jamie
Foxx, Paul Giamatti, Sally Field e Chris Cooper
Sinopse: Peter Parker parece confortável com sua nova rotina de super-herói, mas a promessa feita ao pai de Gwen Stacy junto com o passado de seus pais ainda o perturbam. E para piorar, a volta de seu amigo de infância Harry Osborn e o surgimento de Electro e Rhino dificultam sua vida.
Depois de desagradar no primeiro filme, Marc Webb volta a dirigir esta sequência de Espetacular Homem-Aranha. E é bom constatar que finalmente a franquia parece estar caminhando para o rumo certo.
Escrito por três
roteiristas, a nova história do aracnídeo começa de forma bem eficaz em um
avião onde encontramos os pais de Peter. Assim, acompanhamos Peter Parker
(Andrew Garfield) confiante e relaxado como Homem-Aranha, porém sua promessa ao
Capitão Stacy o impede de ter um relacionamento estável com Gwen Stacy (a
simpática Emma Stone) e a volta de seu amigo Harry Osborn (Dane DeHan) resulta
em mais um dilema na vida do jovem herói, contando ainda com a presença de mais
dois vilões, entre eles Electro (Jamie Foxx).
Desta vez apostando em cores
mais fortes e um visual mais clássico (que lembra não só os quadrinhos como o
uniforme da franquia de Sam Raimi) diferente do tom mais sombrio e até mais
sério do primeiro filme, esta nova aventura adota um humor brincalhão que
acompanha o personagem principal por toda história (e não apenas em uma ou
outra cena como no antecessor) e percebemos isso pela leveza com que Andrew
Garfield conduz as piadas, na sua alegria ao saltar dos prédios, passando também
pelo toque do seu celular com a música tema da série animada dos anos 60.
Outra aposta que se mostrou
acertada foi a química entre Peter e Gwen Stacy. Como são namorados na vida
real, percebemos que o casal de atores Garfield e Stone se sente realmente à
vontade, ponto forte da direção de Webb que já tem experiência em romances
adolescentes – aliás, por causa do foco no romance adolescente vi comentários engraçados
fazendo uma junção com o título de Crespúsculo,
ficando “Crepuscular Homem-Aranha”. Sim, a dinâmica do casal é boa, mas os
diálogos explicativos que passam pela boca de quase todos os personagens (Tia
May principalmente) são um problema. Assim, as respostas das frustações de
Peter sempre vêm dos outros.
E se isso já não fosse um problema suficiente, ainda temos a condução caricatural de Jamie Foxx como Max Dillon que aparece desastrado com suas calças curtas (ou como costumo dizer “pega marreco”) e uma trilha sonora que faz questão de indicar a personalidade desajeitada do sujeito - e que só fica um pouco melhor com o uso do estilo dubstep, mas ainda assim em demasia -, porém logo depois de sua transformação é que Foxx consegue trazer mais consistência para o vilão Electro numa das melhores cenas que se passa na Times Square. Aliás, é nesta cena que temos o uso maravilhoso da câmera lenta quando o sentido aranha é ativado, incluindo também outra bela cena durante a batalha final. Sobre Harry Osborn vivido por Dane DeHan (que me lembrou um bocado o Leonardo DiCaprio), fiquei feliz ao notar que as motivações dele vão além da morte do pai e que passa inclusive pela amizade de Parker, mas não gostei do corte de cabelo EMO nem da rapidez com que ele controla o planador do Duende Verde, embora o filme faça uma breve justificativa. Aproveitando que já falei do uniforme e do corte de cabelo EMO - que levou o protagonista da trilogia anterior à caricatura -, percebi outra pequena ligação com a série de Sam Raimi que é o som executado por Electro na luta final numa referência à música que o Duende Verde canta no filme de 2002.
E se isso já não fosse um problema suficiente, ainda temos a condução caricatural de Jamie Foxx como Max Dillon que aparece desastrado com suas calças curtas (ou como costumo dizer “pega marreco”) e uma trilha sonora que faz questão de indicar a personalidade desajeitada do sujeito - e que só fica um pouco melhor com o uso do estilo dubstep, mas ainda assim em demasia -, porém logo depois de sua transformação é que Foxx consegue trazer mais consistência para o vilão Electro numa das melhores cenas que se passa na Times Square. Aliás, é nesta cena que temos o uso maravilhoso da câmera lenta quando o sentido aranha é ativado, incluindo também outra bela cena durante a batalha final. Sobre Harry Osborn vivido por Dane DeHan (que me lembrou um bocado o Leonardo DiCaprio), fiquei feliz ao notar que as motivações dele vão além da morte do pai e que passa inclusive pela amizade de Parker, mas não gostei do corte de cabelo EMO nem da rapidez com que ele controla o planador do Duende Verde, embora o filme faça uma breve justificativa. Aproveitando que já falei do uniforme e do corte de cabelo EMO - que levou o protagonista da trilogia anterior à caricatura -, percebi outra pequena ligação com a série de Sam Raimi que é o som executado por Electro na luta final numa referência à música que o Duende Verde canta no filme de 2002.
E já que em seu título temos
a palavra espetacular, é justamente o que acontece: os figurantes em cena são
convertidos em público, como se vissem um grande espetáculo. Mesmo com erros
que não chegam a atrapalhar o desenvolvimento da história (se antes tudo se
concentrava em Peter Parker como se ele fosse destinado a ser o aracnídeo, aqui
praticamente todo o roteiro se concentra em situações ligadas a Oscorp e a tia
May (Field) mandando no hospital sendo que ela acabou ser empregada) este Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça De
Electro (o subtítulo foi colocado apenas na versão brasileira) consegue
acertar onde o outro errava. Pelo menos agora não parece que a franquia está
apenas atrás de dinheiro.
Nota:
durante os créditos finais aparecem partes das armaduras dos vilões do próximo filme
e há uma cena de X-men: Dias De Um Futuro
Esquecido logo em seguida.
Domingo, 22 de Junho de 2014
Por Aquiman Costa